Meu caro discípulo da desgraça, que bom que você sobreviveu àquela corrida de espermatozoides! Porque, como bem sabemos, o fracasso não é um evento isolado, é uma construção. E a sua, meu amigo, começou com uma base sólida de ossos tortos e decisões questionáveis.
A Infância do Fracassado: Obras de Arte Ósseas e Desastres Capilares
Então, depois de você descobrir que justamente você, espermatozoide, se chocou com outro e deu-se a merda toda, aproveite para descobrir uma coluna torta com seus tenros 10 anos de idade. Sim, porque a vida não espera a puberdade para te dar um bom motivo para se sentir um ET. E para evitar o bullying daquele aparelho ortopédico que te deixava mais enferrujada que o Robocop sem óleo nas juntas, sua mãe, em um ato de amor e total falta de senso estético, resolveu te proteger da dor de seus fios enroscarem no pino que fecha o aparelho.
Ufa! Agora, a gente ri, mas na época, era um drama shakespeariano com um toque de tragédia capilar. Sua mãe, com suas próprias mãos, tão cheias de boas intenções quanto de tesoura cega, fez um corte tão curto e sem o menor alinhamento que você parecia ter brigado com um cortador de grama. O objetivo era nobre: evitar que seus preciosos cabelos (e o que restava da sua dignidade) se enroscassem nos pinos de metal que abraçavam seus ossos vertebrais. O resultado? Você virou a personificação do "não sei o que é pior: a corcunda ou o corte de cabelo". Seus ossos da nuca agradeciam, mas o resto de você, bem, o resto de você só queria um buraco para se enfiar.
A Adolescência do Fracassado: Bailinhos, Falsificações e Beijos Solitários
E a saga dos seus ossos tortos e da sua autoestima em frangalhos não para por aí. Chega a adolescência, a época gloriosa dos bailinhos, onde a gente vai para ser feliz e volta com mais traumas do que um veterano de guerra. E você, meu caro, vai em bailinhos com roupas esquisitas e tênis falsificados. Porque, embora você estude em um bom colégio, a realidade é cruel: você não tem a mesma condição financeira que os demais alunos.
Então, sim, invista no Pakalolo e no New Balance falso. O resultado será grandioso, pode apostar. Enquanto a galera desfila com suas marcas de grife e seus sorrisos Colgate, você estará lá, com seus ossos doloridos e seu estilo duvidoso, garantindo que sempre vai dançar com a vassoura. Sim, a vassoura. Ela será sua melhor amiga, sua confidente, a única que não vai te julgar pelo seu tênis descolando ou pelo seu corte de cabelo que parece ter sido feito com um facão.
E o ápice da sua vida social? Um dia, você vai se perceber no banheiro, beijando de língua a própria mão, inspirada nas ficadas que você foi obrigada a ver a noite toda entre seus colegas de sala. Uma cena patética, digna de um Oscar do desespero. Seus ossos dos dedos, testemunhas silenciosas dessa tragédia, nunca mais serão os mesmos.
E para completar a obra, o Marcelinho, aquele que você tanto cobiçava, vai sim pegar a sua melhor amiga. E seus peitos falsos feitos de laranja, que você tanto se esforçou para montar para impressionar (e que já estavam te dando uma dor nos ossos do ombro), ah, eles começam a dar indícios de que a qualquer momento irão escorregar pelo sutiã. Um verdadeiro espetáculo da natureza, um desastre em câmera lenta, digno de ser filmado e exibido em loop para as futuras gerações de fracassados.
Acompanhe. Diariamente um motivo para se afundar mais e mais na merda. Obs: se for uma pessoa ética, moralista, correta, nem leia porque falarei bastante palavras de baixo calão quando me der vontade. Coisa que com certeza é um comportamento de pessoas vis, mal educadas e sem filtro como eu.
Qual foi o seu maior vexame na adolescência? Aquele que te fez querer que seus ossos virassem pó e você sumisse da face da Terra? Compartilhe, que a gente adora uma boa história de perdedor!
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